sábado, 15 de janeiro de 2011

Brasil e Portugal na defesa da língua

“Houve tempos em que havia uma espécie de disputa e onde estava o Brasil, parece que Portugal ia também atrás, e tentava tomar posição”, afirmou Ana Paula Laborinho, em entrevista à Lusa, em que assinalou a passagem do primeiro aniversário da sua nomeação para a direção do IC.

A institucionalização da norma de escrita do português, com a adoção do novo Acordo Ortográfico constitui para Ana Paula Laborinho um exemplo do que pode ser feito em conjunto.

Outra medida é a criação de “centros culturais CPLP”, acrescentou, referindo-se à união de esforços dos estados membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

“O ideal seria termos departamentos de estudos portugueses partilhados pelos vários países e, até do ponto de vista da própria promoção da cultura, o ideal, sobretudo em alguns países, seria convergir em centros culturais CPLP, em que todos nos juntássemos”, frisou.

Neste sentido, o embrião do que pode ser feito nesta matéria está a nascer em Belgrado, capital da Sérvia.

“No caso de Belgrado, nós estamos a procurar desenvolver um projeto que é no fundo o início, o embrião de um projeto CPLP. É uma ideia que cada vez mais começa a deixar de ser ideia para ser concretização”, sustentou.

O exemplo da feira do livro de Belgrado foi o balão de ensaio para futuras iniciativas partilhadas.

A presidente do IC justificou a escolha de Belgrado com o “grande interesse” que a língua portuguesa desperta na região, designadamente entre os países da área de influência da antiga União Soviética.

A progressiva importância do português como “língua de negócios” é outra fator apontado por Ana Paula Laborinho para o interesse destes países.

“Não podemos deixar de considerar que o português é também uma língua de bons negócios, pensando na importância crescente que um país como o Brasil, mas também países africanos, revelam”, disse.

Relativamente ao interesse pela língua portuguesa noutras latitudes, Ana Paula Laborinho destacou o caso da China, em que se passou de três universidades onde se ensinava o português para as atuais 17.

“O interesse pelo português é um interesse que não resulta apenas de ser um curso de opção. São licenciaturas em estudos portugueses, estudos avançados e cada vez mais, e isso é que nos é muito grato: uma forte articulação com universidades portuguesas, por exemplo, em programas de doutoramento”, exemplificou.

Outro caso de interesse é dado pelo Japão, onde existem 57 universidades nas quais se ensina português, destacou.

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