terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Medidas do Governo de Moçambique são insuficientes

O Banco Central de Moçambique considerou hoje "insuficientes" as medidas recentemente adoptadas pelo governo moçambicano visando atenuar o custo de vida, mas reconhece a sua importância no amortecimento da pressão sobre os preços.

Um comunicado divulgado na página do Banco de Moçambique (BM) na Internet, diz que as medidas "não foram suficientes para anular o surto inflacionário e a pressão sazonal associada à quadra festiva".

Mas, adianta o BM, "as medidas combinadas de natureza fiscal, orçamental e monetárias, para atenuar o custo de vida implementadas em Setembro de 2010 revelaram-se importantes para amortecer a pressão inflacionária e contrariar as expectativas de inflação inercial".

Nos dias 1 e 2 de Setembro de 2010, populares das cidades de Maputo e Matola, sul, protestaram contra a subida do custo de vida, tumultos que resultaram na morte de pelo menos 18 pessoas, ferimentos em mais de 500 e na detenção de outras 300.

Em resposta, o governo moçambicano decidiu congelar os preços de bens essenciais até ao fim do ano e em Dezembro estendeu a medida até ao primeiro trimestre de 2011.

No pacote de medidas, as autoridades moçambicanas reduziram o preço do arroz de terceira qualidade em 7,5%, através da redução dos direitos aduaneiros sobre este produto, e a suspensão da sobretaxa de importação do açúcar.

O executivo de Maputo manteve os estímulos fiscais para produtos comprados na África do Sul, como batata, tomate, cebola e ovos, através do estabelecimento de preços de referência abaixo dos reais para a cobrança de direitos aduaneiros e Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).

No mesmo pacote de medidas foi suspenso o aumento da tarifa de energia e de água nos escalões mais baixos.

Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística de Moçambique indicam que, no mês de Dezembro de 2010, a variação do Índice de Preços no Consumidor da cidade de Maputo foi de 3,48%, superando o observado em igual período dos últimos três anos e o do mês de Novembro do ano passado.

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