quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Angola continuará a contar com a ajuda de Cuba

Angola espera continuar a contar com a contribuição de Cuba, nos mais variados domínios, com vantagens recíprocas, declarou hoje o vice-presidente da República angolana, Fernando da Piedade Dias dos Santos.

Em entrevista ao canal de televisão “Telesul”,  afirmou que “Cuba tem evoluído do ponto de vista cientifico e Angola espera continuar a contar com ajuda e contribuição cubana” para enfrentar os mais variados desafios da luta pelo desenvolvimento e da melhoria das condições de vida das suas populações.

Considerou positiva a cooperação, particularmente, nos domínios da saúde e da educação, e defende o prosseguimento das relações de cooperação visando recuperar o país das consequências da guerra e promover o crescimento socioeconómico.
 
Apontou como uma das vantagens da cooperação com os cubanos pelo facto de terem vivido com os angolanos nos momentos mais difíceis, se adaptam em diferentes áreas do país e da facilidade se comunicar, a par do seu “sentido revolucionário”.

Lembrou que a contribuição cubana foi relevante e determinante para o momento de proclamação da independência nacional e da defesa do solo pátrio, numa altura que o país enfrentava uma agressão de forças estrangeiras.

Na altura, recorda, as forças da então República do Zaire foram travadas a 36 quilómetros de Luanda, na célebre batalha de Kifangondo,  e o exército coligado da África do Sul foi derrotado a quase cem quilómetros, na conhecida batalha de Ebo.

Enaltece a ajuda cubana e que o povo angolano estará sempre grato pela ajuda desinteressada de Cuba, um povo irmão, com quem Angola está condenado a viver sempre juntos, nos maus e bons momentos, com destaque para este momento de luta pelo desenvolvimento. 

Questionado sobre avanços que o país vai registando com o alcance da paz em 2002, respondeu que o governo, na sua estratégia, estabeleceu como prioridades a reconstrução das infra-estruturas destruídas durante o conflito, com destaque para estradas, pontes, edifícios públicos e privados.

Foram igualmente priorizados os investimentos nos sectores da educação e da saúde, e o relançamento da produção interna, com destaque para a agricultura e a indústria transformadora.

Para tal, adianta, foi necessário, primeiro estabilizar os índices financeiros e macroeconómicos, que permitiu passar de uma inflação de três dígitos em 2002 para os actuais 12 por cento do país, encorajando o investimento e a cooperação com resultados positivos.

O vce-presidente afirmou que Angola tem pago a sua dívida externa, o que aumentou a confiança do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de outros credores internacionais.

Quanto ao pagamento da dívida interna, informou estar previsto ainda no 1º trimestre deste ano a sua regularização.

Declarou que o mais difícil, depois do destruidor conflito armado, foi consolidar o processo de paz e de reconciliação nacional, bem como a reinserção social dos antigos combatentes de guerra.

Disse ter sido necessários também reintegrar e transferir para as suas áreas de origem mais de quatro milhões de deslocados internos em consequência da guerra, e ao mesmo tempo receber milhares de refugiados que se encontravam em países vizinhos.

Fernando da Piedade disse que foi feito um esforço gigantesco, apesar dos poucos recursos, sublinhando que “ com vontade política e muita disciplina, os resultados puderam ser positivos e encorajadores”.

Realçou que o êxito dos programas do governo deveu-se, em grande medida, ao facto de o povo angolano ser trabalhador, educado, politizado, confiar nos seus dirigentes, e de querer viver em paz e contribuir para a estabilidade e desenvolvimento do país.

Ao povo cubano e aos seus líderes endereça agradecimentos pela “contribuição histórica e estratégica” para a libertação de Angola e a defesa do seu solo pátrio, sacrificando muitos dos seus melhores filhos.

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