sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Guebuza enaltece as causas do Mestre Malangatana

O Presidente de Moçambique homenageou hoje Malangatana, “ícone da cultura moçambicana” afirmando que a melhor forma de o honrar é a consagração às causas que defendeu em vida.

Malangatana morreu no dia 5 de Janeiro em Matosinhos, no norte de Portugal, vítima de doença prolongada, e foi hoje a enterrar em Matalana, sua terra natal, como sempre desejou em vida.

Desde as 08:00 (06:00 em Lisboa) de hoje, começaram a chegar à localidade familiares, amigos e admiradores do artista, cuja urna já se encontrava no centro cultural local, construído graças ao desejo e impulso do pintor.

As cerimónias de Estado decorreram ao longo de cerca de três horas, com elogios fúnebres e música, terminando com a leitura de um poema, após o que a urna desceu à terra, ao som do hino moçambicano e de 19 salvas de canhão.

“A Nação moçambicana está de luto, as artes e as letras, a cultura e as pessoas de bem e amantes da paz estão de luto. Matalana, Moçambique e o Mundo choram o desaparecimento físico do grande mestre Malangatana”, começou por dizer Armando Guebuza, no último elogio fúnebre ao pintor.

Depois de lembrar o “autodidata exemplar”, o “sublime ícone da cultura moçambicana” e o “embaixador” da cultura do país, Armando Guebuza concluiu: “Estamos certos de que a melhor forma de honrar a memória do grande mestre é consagrar-nos às causas, valores e princípios nobres que ele defendeu, como a autoestima, a auto-superação, a unidade nacional, a paz, a liberdade, a justiça social, a solidariedade e o bem estar do nosso povo e de toda a humanidade”.

Perante centenas de pessoas, Armando Guebuza afirmou que Malangatana foi um “multifacetado promotor” da cultura de Moçambique, cujas obras estão espalhadas por todo o mundo.

“Uma nação que se preza não pode deixar um herói morrer”, disse, acrescentando que o artista representou em vida o percurso dos heróis do país, “os que ousaram lutar e que nunca disseram missão cumprida” mesmo depois da conquista da liberdade.

Lembrando que Malangatana foi membro do Conselho de Estado, deputado, artista da ONU contra o apartheid, comendador das artes e letras de França e doutor honoris causa em Moçambique (Politécnica) e em Portugal (Évora), Armando Guebuza disse ainda: “Com a sua arte, Malangatana levou a nossa Nação ao Mundo, através das suas obras Moçambique enriqueceu-se e enriqueceu o acervo cultural e artístico da humanidade”.

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