segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

"Modelo económico de Moçambique não é sustentável"

Prakash Ratilal (foto), ex-governador do Banco de Moçambique, alerta que o modelo económico seguido por Moçambique não faz crescer a economia produtiva do país de forma sustentada, nem cria emprego.

 Em carta de opinião enviada aos órgãos de comunicação social moçambicanos, Prakash Ratilal, que dirigiu o banco central entre 1981 e 1986, considera que Moçambique vive uma "grande crise" no plano da micro economia.

"Vivemos uma grande crise no plano da micro economia, que se arrasta há anos. A agricultura, a indústria ligeira e a agro-indústria estão a contribuir com muito pouco para o produto nacional", analisa o economista, actual presidente do Moza Banco, participado pelo português Banco Espírito Santo (BES).

Para Prakash Ratilal, o ambiente de negócios em Moçambique é caracterizado por altos custos de transacção, incluindo o preço do dinheiro, o que penaliza as pequenas e médias empresas.

"Não existem mecanismos, nem políticas fiscais, aduaneiras, laborais e outras, que permitam resolver os inúmeros bloqueios que existem na produção e que incentivem e alavanquem os empreendedores. Tenho sempre insistido sobre a necessidade de um banco de desenvolvimento, de garantias bancárias que suportem a pequena e média empresa e a construção das infra-estruturas, incluindo as pequenas infra-estruturas comerciais", nota o economista.

Na sua carta de opinião, Prakash Ratilal refere-se às medidas de alívio do custo de vida tomadas no ano passado pelas autoridades, observando que "são cada vez menos sustentáveis". "No plano nacional, no nosso país, os subsídios de alimentos, de combustível e de transporte são cada vez mais, menos sustentáveis. E isso pode agravar a situação económica e social", sublinha.

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